Notas iniciais: Uma fic antiga minha(13/11/10), retratando o Conde Phantomhive, ou Ciel Phantomhive, protagonista do mangá Kuroshitsuji que por acaso é o meu mangá favorito. Eu adaptei para que o personagem não fosse mais ele e que fosse mais compreensivo para os leitores não conhecedores da série, apenas o troquei pelo Fausto original, não teve mudanças no enredo uma vez que ambas as tramas retratam um pacto com o demônio. Antes foi publicado no meu canal no Nyah Fanfiction e no Fanfiction.net.
Para aquele que lê,
Bom dia. Boa tarde. Boa noite. Realmente não sei em que tempo ou em que parte do dia você terá coragem de abrir o envelope e acordar as verdades assustadoras que nele repousarão. Arriscarei noite. Nada melhor do que o silêncio noturno para completar a decadência que dele escapará. Como vai você? Espero que esteja bem. Não sei realmente porque está tudo decaindo, mas de fato, está.
Eu me encontro sentado em minha cadeira estofada com um rubro, desviando os olhares de meu próprio demônio, aquele que me olha no escuro. Não sei se é o momento apropriado para dizer, mas seus olhos não são delicados nem admiráveis, é uma passagem, o atalho que me mostra o jeito que eu vou ser devorado pelas chamas mais tarde. Para ser sincero, não sei o porquê de me importar com o que é ou não apropriado pensar, dizer ou escrever. Afinal, a pessoa que lê esta carta está envolvida com uma curiosidade fúnebre a respeito do meu assassinato.
Em que ano será que descobriram meu testemunho final? Realmente não estou com paciência para predições. Espero eu que minha noiva já tenha superado suas mágoas e que esteja no conforto de seu lar, como deveria ser.
Mas, por favor, voltemos ao que interessa: Eu venho me perdendo. Há muitos anos e há poucos segundos ao mesmo tempo. Pensando bem, eu nunca verdadeiramente me achei, porém existia o tal meio termo. Como posso dizer isto de uma forma metafórica? "Troquei meus pés por asas", um par de asas qualificou tanto minha vida quanto a destruiu.
Eu diria que, quando eu e o meu "par de asas" completarmos minha meta, seria quase como meu paraíso privado, só não seria digno do terno paraíso uma vez que o caminho que trilhei até ele era negro e diabólico. Sempre guiado pelo monstro de voz doce que canta para mim e tão somente para mim a canção que incentivava mais e mais a perdição de mim mesmo. Eu aplaudi a melodia. Eu assistia meus triunfos sendo completados pelo meu "par de asas", com ele, ficava tudo mais fácil. Afinal, melhor voar do que cansar machucar os pés nus no solo. Mas não pense de mim como um covarde, sou um jogador, apenas movo as peças que tenho no meu tabuleiro.
Irônico como tudo foi arrancado de mim tão violentamente. Era minha vida, meu destino, tudo literalmente na ponta dos meus dedos, ao meu controle. E quando os problemas gritavam, as asas empurravam o ar com mais força, empurrando-me também. Empurrando-me para longe dos restos de mim mesmo, para longe da luz confortável. Asas que ao mesmo tempo que me tiravam da escuridão, me colocavam nela.
Ele cava minha cova lá fora, com um sorriso no rosto.
Atenciosamente, Fausto.

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